Mas afinal por que é que o coelhinho traz ovos na Páscoa? - Um texto de Isabel Marques



Como todos sabemos, os coelhos não põem ovos, mas segundo a tradição é este pequeno mamífero felpudo que traz os ovos na Páscoa. Há várias teorias e lendas sobre esta questão, mas todas têm um ponto em comum: a associação à fertilidade, à prosperidade e à renovação da vida.

A festa da Páscoa, embora seja mais comummente associada à festa cristã da ressurreição de Jesus, tem também as suas origens pagãs associadas à celebração da Primavera e à homenagem a Ostera, deusa da fertilidade e da Primavera na mitologia dos antigos povos pagãos da Europa do Norte (em alemão Páscoa é “Ostern” e em inglês é “Easter”). Nestas festividades, o coelho e os ovos pintados com cores brilhantes eram utilizados como símbolo de fertilidade. A Páscoa tem ainda origens que remontam à festa judaica do “Pessach”, que significa “passagem” em hebraico, uma referência à saída dos judeus do Egito e à sua libertação. 

A Páscoa significa, tanto para judeus como cristãos, a esperança de uma vida nova, pelo que o coelho e os ovos de Páscoa também partilham este contexto de fertilidade e de vida. O coelho é desde o antigo Egito um símbolo de fertilidade e foi associado à Páscoa através de lendas que têm perdurado no tempo. 

Uma das mais conhecidas conta que uma mulher pobre escondeu ovos coloridos num ninho para entregá-los aos filhos na manhã da festa. Mas no momento em que as crianças descobriram o esconderijo, passou um grande coelho que espalhou os ovos, dando a sensação que estes eram transportados pelo animal. Assim, as tradições pagãs e religiosas fundiram-se na utilização dos símbolos e dos seus significados, dando origem ao coelho da Páscoa que distribui ovos.

Mas há sempre quem encontre explicações mais criativas. É o caso da cadeia de supermercados alemã Netto que criou um anúncio onde é revelada a origem do coelho da Páscoa: surge do casamento entre uma galinha e um coelho. 

Isabel Marques

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